terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sexo, mentiras e videotape


Antes de iniciar o texto em si, creio que, excepcionalmente, caiba uma breve explicação sobre o título.  Devido ao inusitado horário do segundo debate entre os presidenciáveis, não pude assisti-lo ao vivo, e tive que recorrer ao youtube. Por isso o videotape. O resto não tem nada a ver. Não quis dizer que os candidatos estão contando mentiras, muito menos que eles pretendem £#Ѐ® com o povo brasileiro.
Isto posto, vamos à resenha. Acredito que, assim como eu, muitos interessados na campanha acabaram perdendo o debate por causa do horário. Então, simplesmente selecionei os melhores momentos. Os links para os vídeos estão em destaque na primeira linha dedicada ao respectivo bloco.

Bloco 1, 5:30: Marina diz que “o pensamento da ideia cartesiana de governo só consegue olhar para uma alternativa”.  O povo vibra.
Bloco 1, 10:45: Luciana Genro ataca a política de PT e PSDB para os aposentados. Aécio responde que, lamentavelmente, ele não é Fernando Henrique Cardoso. Um bando de gurus de auto-ajuda e psicoterapeutas corre para oferecer seus cartões ao tucano.
Bloco 1, 15:00: Aécio pergunta a Eduardo Jorge sobre política econômica. O mito detona o “G3” e simplifica: o problema é a “Bolsa SELIC”.
Bloco 1, 18:30: Marina pergunta ao Pastor Everaldo sobre saneamento básico. Ele diz que apoia a redução da idade penal.
Bloco 1, 23:00: O Pastor pergunta a Levy Fidélix sobre segurança pública. Ele responde que a Petrobrás é imprivatizável.
Bloco 1, 29:30: Luciana Genro fica com inveja do “G3” de Eduardo Jorge e resolve lançar um bordão também: “três irmãos siameses”.

Bloco 2, 2:00: Perguntas dos jornalistas. Fernando Rodrigues questiona Marina sobre o termo de confidencialidade das suas palestras. Ela responde falando de desenvolvimento sustentável e renovação da política. No comentário, Dilma fala que seu governo, em todos os tempos, é o que tem as menores taxas de juros reais do Brasil. No meio disso, ainda bateram um papo sobre rendas e transparências. Só mulher mesmo para ficar falando de roupas no meio de um debate político.
Bloco 2, 11:30: Kenedy Alencar questiona Aécio sobre os casos de corrupção no PSDB. O tucano responde falando de meritocracia e promete que num hipotético governo dele não haveria esse monte de denúncias. No fundo do auditório, o Chaves sopra no ouvido do Godines: “Será que ele vai pedir para guardarem segredo?”.
Bloco 2, 26:00: Fernando Canzian chama Luciana Genro de atrasada e populista. Ela responde que para defender os interesses do capital já tem o PT, o PSDB e a Marina. Aécio comenta falando de novo em meritocracia. Deve ser uma palavra mágica, como o cartesiano da Marina.
Bloco 2, 28:00: Kenedy de novo, agora perguntando a Levy Fidélix se o PRTB é legenda de aluguel. O bigodudo responde que vendido é ele. Chamado para comentar, Eduardo Jorge fala que não tem nada a ver com isso e que vai usar o minuto dele para falar das propostas do Partido Verde. Na réplica, Levy comemora por ter ido à inauguração do monotrilho.

Bloco 3, 5:30: Luciana Genro acusa Marina de manter economistas tucanos em cativeiro. A candidata-sensação diz que vai manter as conquistas econômicas de FHC, as conquistas sociais de Lula, e o programa espacial de JFK. Não, peraí, essa última parte acho que não teve. Enfim, o importante é que Luciana rebateu cobrando Marina por ter mudado de opinião sobre o casamento gay. Marina emula Eduardo Jorge e diz que não teve nada a ver com isso, que a culpa foi do estagiário.
Bloco 3, 13:00: Levy pergunta a Aécio como acabar com os engarrafamentos nas grandes metrópoles. Ah, e no meio da pergunta chama um jornalista de língua de trapo. Aécio manda de bate pronto que os engarrafamentos são culpa do PT. Um barbudo começa a gritar da plateia que a culpa é dele mesmo, porque agora todo mundo tem carro. A segurança retira o barbudo.
Bloco 3, 18:30: Aécio pergunta a Dilma sobre segurança pública. Ela diz que o mineiro tem memória fraca e cobra uma nota preta que teria emprestado pra ele. Constrangedor, eles podiam ter resolvido essa parada longe das câmeras.
Bloco 3, 26:00: Pastor Everaldo pergunta a Levy Fidélix.
Sim, isso já seria o bastante, mas tem mais. A pergunta é sobre corrupção. O ícone do PRTB resolve dar uma moral pro companheiro de bancada e responde que pra acabar com a corrupção, “só Deus”.

Bloco 4: Esqueçam. Depois de Levy Spacely Fidélix mensageiro da palavra divina, não precisam assistir mais nada.

Tenho o hábito de reler meus textos antes de publicar. Relendo este, percebi que tudo pareceu meio sem sentido. Fiquei até com vontade de reescrever. Mas o que posso fazer, se foi exatamente assim que as coisas aconteceram?


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